CARÁTER


É estranho que Deus queira que desenvolvamos um caráter semelhante ao de Cristo, que vem através do sofrimento? Não, senhor. E todos temos provações. Todos somos provados e corrigidos como filhos. Não há um que não passe por isso. A igreja que não está sofrendo e não está sendo provada, não tem--não é de Deus. Heb. 12:6, “Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a todo que recebe por filho. Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não filhos.”

Uma Exposição das Sete Eras da Igreja, Capítulo 4.

Como todos os filhos de Deus, o irmão Federico tem passado por alguns momentos difíceis. Não lhe foi permitido frequentar a escola, de modo que não pôde aprender a ler. As outras crianças zombavam dele. E seus pais lhe mostravam muito pouco amor. Tudo isso por causa de um problema de fala. Mas o Senhor sempre teve Sua mão sobre o menino.

Um dia um homem misterioso apareceu na casa dele e deu à sua família um livro muito especial. Ele não só aprendeu a ler com esse livro, como também isso edificou um fundamento que já dura décadas. Aqui está seu testemunho.

Nasci e cresci na pequena aldeia chamada Santa Martha. Quando era criança, tive uma vida dura. Eu não conseguia falar direito devido à minha língua estar colada ao fundo da minha boca. A letra “R” era pronunciada como “L”. Isso fez com que meus pais não me amassem, ou pelo menos foi essa a impressão que me deram. Nunca frequentei a escola, pois era inútil até frequentar a escola.

Nós nos mudamos de lá para Veracruz, onde meu pai me colocou para trabalhar na fazenda, em vez de ir à escola. Após uns quatro meses, finalmente fui estudar. Em meu primeiro dia, fui chamado pelo professor. Ele me chamou de lado e me disse que a escola não foi feita para mim, nem eu fui feito para a escola. Ele me mandou para a sala de aula para pegar meus livros e ir para casa. Ele me disse que eu ia ser um grande fazendeiro, mas não um bom aluno, e me mandou embora.

Eu cresci um pouco. Por volta dos 17 anos, eu sempre andava ao lado de um pequeno riacho e uma vez que estava sozinho, pensei: “Bem, se não posso falar devido à minha língua estar colada à minha boca, vou soltá-la.” Peguei uma navalha de barbear e cortei soltando-a. Desde aquela época, comecei a falar bem, ou talvez apenas melhor. Mas nunca contei isso aos meus pais.

O tempo passou e uma vez um homem chegou à casa dos meus pais. Ele pediu comida, enquanto estava viajando, mas não tinha dinheiro para pagar a refeição. Ele disse: “A senhora aceitaria este livro?” Era o COD (Conduta, Ordem e Doutrina traduzido em espanhol) Volume I. Ela lhe disse que não precisa pagar pela refeição. Mesmo assim ele deixou o livro. Sabem como aprendi a ler? Com esse livro da Conduta, Ordem e Doutrina.

Um dia levaram-me para assistir um filme, lá no La Martha. Eu não queria assistir, fazia-me chorar. Era um como A Paixão de Cristo. Aqueles romanos açoitavam Jesus, e a cada chicotada eu chorava. Mais chorei quando Ele estava na cruz e veio um pequeno pássaro, um sabiá. Ele tentou arrancar os cravos de nosso Senhor Jesus, mas sem sucesso. Desde então, seu peito ficou avermelhado.

Os anos se passaram e eu cresci. Uma tarde eu estava lendo uma Mensagem, acho que era “A História da Minha Vida” 59-0419A (Parágrafo 4):


 Eu sempre gostei de sabiás. Agora, vocês meninos aí no alcance do rádio, não atirem em meus passarinhos. Você vê, eles... eles... eles... Eles são meus passarinhos. Você já ouviu a lenda do sabiá, como ele ficou com seu peito avermelhado? Vou parar aqui um momento. Como ele ficou com o peito avermelhado... Havia o Rei dos reis que estava morrendo um dia na Cruz, e Ele estava sofrendo e ninguém ia a Ele. Ele não tinha ninguém para ajudá-Lo. E havia um passarinho marrom que queria tirar aqueles pregos da Cruz e ele continuava voando à Cruz e dando puxões naqueles pregos. Ele era muito pequeno para tirá-los, e ele sujou seu peitinho todo de vermelho, com sangue. E desde aquele tempo seu peito tem sido vermelho. Não atirem nele, meninos. Deixem ele em paz.

Quando li isso, comecei a gritar muito alto: “Ei, conheço este pássaro, conheço este pássaro! Conheci quando era criança!” Eu estava muito emocionado e afirmei para minha esposa que conhecia esse pássaro, que estava tentando libertar o Senhor da cruz. Eu estava muito emocionado, vendo novamente aquele mesmo pássaro que vi quando era criança.

Irmão Federico